$LSEG.L: Resultados, ASV, parceria com a Microsoft e vantagem fiscal para dividendos

$LSEG.L: Resultados, ASV, parceria com a Microsoft e vantagem fiscal para dividendos

London Stock Exchange Group ($LSEG.L) é hoje muito mais do que um mercado de valores: é uma plataforma global de dados, índices e análise que atende bancos, gestoras e emissores em mais de 170 países. Em 2025, a ação sofreu com manchetes sobre a desaceleração do Annual Subscription Value (ASV), apesar de lucros intermediários em alta e de um negócio que reporta receitas positivas mesmo em ambientes voláteis. Esse descompasso entre narrativa e fundamentos abre uma oportunidade de investimento para quem olha o longo prazo.

Por que agora?

  • Resultados em avanço (lucro intermediário crescente; receitas positivas mesmo com volatilidade), frente a um “ruído” conjuntural no ASV. The TRADE News (2025)
  • Transição para workflows e uso (mais valor por cliente, menor dependência de “licenças”) confirmada pela diretoria. LSEG (2025a)
  • Catalisador tecnológico: parceria de 10 anos com a Microsoft para co-desenvolver dados/análises no Azure e fortalecer Workspace/M365. LSEG & Microsoft (2022)
  • Apoio do sell-side: RBC mantém Outperform e inclui LSEG em sua lista global, qualificando de “excessiva” a reação do mercado. RBC (2025)
  • Vantagem fiscal para investidores estrangeiros: sem retenção na fonte sobre dividendos de companhias britânicas, o que melhora a rentabilidade líquida. Pinsent Masons (s. f.)

1) A oportunidade: preço punido por “ruído”, não por fraqueza estrutural

Após os resultados intermediários, muitas manchetes focaram na moderação do ASV, obscurecendo o aumento do lucro. Esse viés midiático pressionou o múltiplo embora a companhia tenha mostrado capacidade de gerar receitas em um trimestre difícil. Para o investidor fundamental, o set-up é claro: separar ruído de sinal e aproveitar a dislocação.

2) O que está mudando “sob o capô”: de licenças a workflows

A diretoria foi explícita na teleconferência: o foco está em workflows integrados, uso e pacotes de dados/análises, mais do que vender “licenças” isoladas. A migração do Eikon para Workspace e a integração de produtos ampliam o valor por cliente e elevam o custo de mudança (stickiness). Esse detalhe importa: o ASV pode “suavizar-se” temporariamente enquanto o mix se reconfigura para contratos de maior qualidade. LSEG (2025a)

3) Catalisadores em 6–18 meses: tecnologia, monetização e sentimento

  • Parceria com a Microsoft: co-desenvolvimento de soluções no Azure, integração com o Microsoft 365 e evolução do Workspace. Espera-se mais funcionalidades de IA aplicada para profissionais (não IA genérica), acelerando monetização por cliente. LSEG & Microsoft (2022)
  • Normalização da narrativa: à medida que o mercado perceber que margens/lucros avançam e o ASV deixa de dominar a conversa, o múltiplo pode se re-rate.
  • Alavancas de preço/mix em dados, índices (FTSE Russell), risco e feeds; pilares que a RBC destaca ao sustentar sua classificação Outperform. RBC (2025)

4) Vantagem fiscal que soma “alfa” ao dividendo

Para investidores não residentes, o Reino Unido oferece um benefício pouco discutido: não existe retenção na fonte sobre dividendos pagos por companhias britânicas (salvo casos específicos). Esse fator eleva a rentabilidade efetiva frente a mercados onde a retenção pode ser de 15–30%. Para estratégias “crescimento + dividendo”, Londres é um aliado silencioso. Pinsent Masons (s. f.)

5) Escala, mix e fosso competitivo

A LSEG atende a ~44.000 clientes com ~26.000 empregados em mais de 170 países, combinando dados + índices + execução/pós-trade. Essa mistura é difícil de replicar por jogadores “apenas dados” e reforça seu fosso em resiliência de margens, recorrência e expansão de use-cases. LSEG (2025b)

6) Comparáveis e construção de carteira

No segmento de dados/índices/infraestrutura, os comparáveis óbvios são $SPGI, $MSCI, $ICE e $NDAQ. A LSEG apoia-se em uma proposta integrada e em sua unidade de índices (FTSE Russell) para capturar preço/mix. Para uma abordagem “núcleo + satélites”, a LSEG pode servir de núcleo europeu em dados, complementado com esses pares nos EUA.

7) Riscos a observar

  • Métrica comercial (ASV): períodos de moderação podem continuar a pesar no múltiplo no curto prazo, mesmo que o lucro avance.
  • Execução tecnológica: capitalizar a parceria com a Microsoft (Workspace, Azure, IA aplicada) é crucial para concretizar o “mais valor por cliente”. LSEG & Microsoft (2022)
  • Concorrência: resposta dos pares e avanço da IA genérica; o fosso da LSEG depende de dados proprietários, feeds de baixa latência e workflows integrados. LSEG (2025b)

Conclusão — Sinal versus ruído

O retrato de 2025 mostra uma companhia com lucros em alta, receitas resilientes, uma virada clara para workflows baseados em uso e um catalisador tecnológico diferencial (Microsoft). O mercado penalizou o “ruído ASV”, criando um ponto de entrada para quem investe com horizonte. Somando o “alfa” fiscal de dividendos líquidos em Londres, a tese de normalização do múltiplo ganha tração em 6–18 meses.

Referências

Isenção de responsabilidade: Este conteúdo é informativo e não constitui aconselhamento financeiro. Considere sua situação pessoal e realize sua própria pesquisa antes de investir.

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